Contador de visitas

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

AFASTAMENTO POR ALGUNS DIAS

Estou publicando esta postagem hoje para dar uma satisfação aos meus leitores, foi difícil chegar até aqui o computador (preciso descer uma escada). Vocês podem ter estranhado eu não ter colocado nada esses dias, mas adoeci, doença tal que me deu febre de 41º. Ontem, quinta, fui ao médico (e aí já vem outro problema: sou alérgico a uma série de medicamentos), estou um pouco melhor, mas ainda sem condições de produzir, ou seja, tive uma semana improdutiva (o que eu não gosto). Pela pequena melhora que tive hoje (fiquei duas noites sem dormir e esta noite consegui dormir), acredito quem nesse ritmo, daqui a 3 ou 4 dias eu já estarei bem.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

BOLSA DE VALORES VI

IBOVESPA: vamos discorrer hoje sobre o ÍNDICE BOLSA DE VALORES, que mede o comportamento das ações. Quando a imprensa publica, por exemplo: “IBOVESPA caiu 4%”, ou a “Bolsa caiu 4%”, muita gente acha que todo mundo que tem ações perdeu 4%, ou, o contrário, se é publicado: “Bolsa sobe 3%”, tem gente que acha que todos os proprietários de ações ganharam 3%, na verdade esse é um engano muito grande, o IBOVESPA é um índice que calcula a MÉDIA do comportamento das ações (e, além de ser um média, não são incluídas todas as ações); então, se o IBOVESPA indica uma queda de 5% teve dono de ações que perdeu até mais do que isso, enquanto outro até ganhou dinheiro, por isso é preciso prestar atenção pois tem matérias que mostram a queda ou a alta da ações, e, acertadamente, mostram também as ações que mais contribuíram para essa queda, e, por outro lado, as ações que subiram. Vejamos um exemplo que pegamos agora na net:

“Ibovespa: veja as ações que mais subiram e caíram no primeiro trimestre
Por: Gustavo Kahil
31/03/08 - 20h08
InfoMoney

SÃO PAULO - O Ibovespa registrou queda de 4,6% nos três primeiros meses deste ano [janeiro a março/2008], o pior desempenho desde o segundo trimestre de 2005. Algumas ações chamam atenção pela forte desvalorização, que chega a superar os 40% no período.

AÇÕES MAIS VALORIZADAS NO TRIMESTRE JANEIRO A MARÇO 2008:
Telemar (TNLP4): +36,46%
Telemar Norte Leste (TMAR5): +32,85%
Cosan (CSAN3): +25,00%
Usiminas (USIM5): +21,87%
CSN (CSNA3): +19,09

AÇÕES MAIS DESVALORIZADAS NO TRIMESTRE JANEIRO A MARÇO 2008:
GOL (GOLL4): -40,38%
CESP (CESP6): -33,69%
Banco do Brasil (BBAS3): -23,39%
ALL (ALLL11): -23,18%
Duratex (DURA4): -21,99”

Adaptado de:
http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=1017143&path=/investimentos/

Observem que entre janeiro e março/08 o índice teve queda de 4,6%, aí muita gente pensa que todo mundo que tem ações perdeu 4,6%, mas observe o quadro, teve dono de ações que perdeu bem mais. Por exemplo: quem tinha ações da GOL (GOLL4) perdeu 40,38% no trimestre; outro exemplo: quem tinha ações da CESP (CESP6) perdeu quase 34%. Já quem tinha ações da TELEMAR (TNLP4), ao em vez de perder 4,6% no trimestre ganhou foi 36,46%, como quem tinha ações da COSAN (CSAN3) também não perdeu os 4,6% mas, sim, ganhou 25%.

Pois bem, já viram então que é uma média, mas, como já falamos, não é uma média de TODAS as ações negociadas na BOVESPA; o índice é composto pelas ações que respondem por 80% dos negócios na BOVESPA, ou seja, uma ação pouco negociada provavelmente não entrará no cálculo do índice, então, também os proprietários dessas ações podem até estar ganhando mais dinheiro do que o que resultou no índice (no exemplo acima 4,6%), ou, ao contrário, pode estar perdendo mais.

No link
http://www.bovespa.com.br/Mercado/RendaVariavel/Indices/FormConsultaCarteiraP.asp?Indice=Ibovespa , consta a lista das ações que vão compor o IBOVESPA de janeiro a abril/09, tem um total de 66 ações. Nessa listagem vemos que para o quadrimestre a ação com maior peso no índice é a “PETR4 PETROBRAS PN EJ”, com 16,71%, e a ação com menor peso é a “CGAS5 COMGAS PNA”, com 0,114%.

Leia outras postagens sobre Bolsa de Valores:
http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/bolsa-de-valores.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-ii.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-iii.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-iv.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-v.html

Quer saber mais? Acesse:
http://www.bovespa.com.br/Principal.asp
http://www.cvm.gov.br/

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

BOLSA DE VALORES V

Novo Mercado (NM) da BOVESPA – Todas as Sociedades Anônimas que negociam ações na BOVESPA seguem uma série de dispositivos da legislação, já as empresas que aderem, voluntariamente, ao NOVO MERCADO da BOVESPA precisam adotar, além do que já é exigido nessa legislação, práticas de governança corporativa. Primeiro vamos tentar ver o que vem a ser essa tal de “governança corporativa”. No site do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa tem:

“A preocupação da governança corporativa é criar um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas”.
O que acontece: como já vimos em outras postagens os verdadeiros proprietários da Sociedade Anônima são os donos das ações, acontece que esses acionistas indicam outras pessoas (gestores) para a direção da Companhia, então temos os donos das Empresas (que são os acionistas) e os Executivos (que são os responsáveis pelas decisões), e muitas vezes os interesses desses dois lados são conflitantes, por isso a Governança Corporativa (que surge pela década de 90), tenta superar esse conflito.

Voltando agora para o Novo Mercado: quando uma Sociedade Anônima decide aderir ao Novo Mercado assina um contrato e, assim, se compromete a adotar as chamadas "boas práticas de governança corporativa"; como essas novas regras são extensas não vamos listar todas aqui, iremos citar apenas algumas:

1. Todas as ações emitidas são Ordinárias Nominativas (ON), que dão direito a voto nas Assembléias, as Companhias que aderem ao Novo Mercado NÃO podem emitir ações do tipo PN-Preferenciais Nominativas, que não dão direito a voto (lembrem nossa postagem de 23.01);
2. Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, ao menos uma vez por ano;
3. Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc;
4. Melhoria nas informações prestadas, não só à BOVESP e à CVM*, mas também aos acionistas e ao público em geral.

Além do Novo Mercado, que é o topo, o nível mais elevado de governança corporativa, a BOVESPA criou, também, o Nível 1 e o Nível 2 de Governança Corporativa, então pela ordem de exigência nós temos a classificação das empresas nas seguintes listagens (lembrando que não existe uma obrigatoriedade da empresa “trilhar” esses níveis, nada impede, por exemplo, que uma empresa que está no Nível 1 opte por aderir, diretamente, ao Novo Mercado, “sem passar”, necessariamente, pelo Nível 2):

TRADICIONAL
NÍVEL 1
NÍVEL 2 (a empresa que adere a esse nível tem de atender as exigências do Nível 1 e mais algumas)
NOVO MERCADO

Obs.: no link
http://www.bovespa.com.br/Empresas/InstInfoEmpresas/SegmentoListagem.asp?tit=25 consta um quadro comparativo entre esses 3 níveis; deixamos de lado um outro segmento, o BOVESPA MAIS, “...idealizado para tornar o mercado acionário brasileiro acessível a um número maior de empresas...”, pois tem um foco diferente do Nível 1, Nível 2, e NM.


O NOVO MERCADO NA MÍDIA:

16/03/2007 - 11h22
WEG unifica ações e vai para o Novo Mercado

SÃO PAULO - A WEG decidiu aderir ao Novo Mercado para aproveitar o " momento psicológico " de evolução na governança corporativa das companhias brasileiras. Mesmo sem ter planos de captar recursos, a empresa propôs aos acionistas a conversão das ações preferenciais em ordinárias e a adaptação do estatuto às regras do espaço nobre da Bolsa paulista.

" Esse é o momento. A adesão não será um diferencial para aqueles que migrarem por último. No futuro, todos serão Novo Mercado " , pondera o diretor de relações com investidores da companhia, Alidor Luerdes.

Com o movimento da WEG, o Novo Mercado passará a contar com 52 companhias. Somado a esse total os níveis 1 e 2, serão 103 as empresas que oferecem compromisso adicional aos investidores. Apenas neste ano, sete novas empresas foram ao segmento que oferece os padrões máximos de governança do mercado brasileiro.

Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2007/03/16/ult1913u66174.jhtm

- x -

Iochpe Maxion migra do Nível 1 para o Novo Mercado

A Bovespa convida a imprensa para a cerimônia que marca a adesão da Iochpe Maxion ao Novo Mercado, o mais elevado nível de Governança Corporativa da Bolsa, que será realizada nesta segunda-feira (24/03), a partir das 9 horas, no Espaço Bovespa.

Listada na Bovespa desde 1984, a companhia passou a integrar o Nível 1 de Governança Corporativa a partir de 2005. Suas ações ordinárias são negociadas sob o código MYPK3.

Atualmente, 157 companhias participam dos segmentos especiais de Governança Corporativa da Bovespa, sendo 94 no Novo Mercado, 20 no Nível 2 e 43 no Nível 1. As ações da empresa integram o Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC).

Disponível em: http://www.acionista.com.br/bovespa/200308_iochpe_novomercado.htm

- x -

Mercado discute fim do Nível 1 de governança

Data: 09/12/2008 01:08:56
Publicação: Gazeta Mercantil (Brasil)

9 de Dezembro de 2008 - A câmara consultiva criada pela BM&F Bovespa para revisar as normas dos segmentos diferenciados de governança corporativa discute, além de mudanças no Novo Mercado, no qual estão listadas as empresas com práticas mais rigorosas de transparência, a eliminação do Nível 1, primeiro degrau da escala criada pela bolsa há oito anos.

Na avaliação dos especialistas, as evoluções do mercado de capitais brasileiro e da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tornaram o Nível 1 obsoleto. Outro problema apontado é falta de uniformidade entre as companhias que fazem parte do segmento, que reúne hoje companhias reconhecidas pelos investidores, como os bancos Bradesco, Itaú e Unibanco, além da mineradora Vale, e outras com reconhecidos problemas, como foi o caso da Varig, excluída pela bolsa em 2003 após atrasar a divulgação do balanço anual.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Mauro Rodrigues da Cunha, o Nível 1 cumpriu sua função no tempo, ao permitir que as empresas adequassem gradativamente suas políticas de governança corporativa.

Disponível em: http://indexet.gazetamercantil.com.br/arquivo/2008/12/09/58/Mercado-discute-fim-do-Nivel-1-de-governanca.html

- x -

Leia outras postagens sobre Bolsa de Valores:
http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/bolsa-de-valores.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-ii.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-iii.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-iv.html

Quer saber mais sobre Mercado de Capitais? Acesse:
http://www.bovespa.com.br/Principal.asp
http://www.cvm.gov.br/

Quer saber mais sobre Governança Corporativa? Acesse:
http://www.ibgc.org.br/Home.aspx
*Comissão de Valores Mobiliários: órgão regulador do Mercado de Capitais.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

BOLSA DE VALORES IV

Falei em postagens anteriores que as ações das SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL FECHADO não são negociadas na Bolsa de Valores, mas, sim, as ações das SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL ABERTO, e colocamos também que, ao comprar ações de uma empresa passamos a ser proprietários de parte dessa empresa. EXEMPLO: comprei 1% do total de ações de determinada Companhia, logo eu passei a ser dono de 1% dessa Empresa, isso significa que tenho direito a comparecer nas Assembléias de Acionistas dessa Empresa e usar meu direito de voto, ou seja, se na Assembléia está se decidindo algo sobre a Empresa eu, como proprietário de um pedaço dessa Empresa, tenho direito a votar e participar da decisão que será tomada pela Assembléia. NÃO É BEM ASSIM: existem dois tipos de ações: as Ordinárias Nominativas (ON) e as Preferenciais Nominativas (PN). Se as ações que eu comprei são do tipo ON aí sim, eu tenho direito de voto nas Assembléias, mas quem compra ações do tipo PN não tem direito a votar nas Assembléias, mas, em compensação, tem preferência na hora que a Companhia vai distribuir os lucros e dividendos.
Os detentores de ações PN geralmente são chamados de acionistas prioritários, e essas ações (PN) têm mais liquidez* pois a Empresa pode colocar à venda uma boa quantidade das PN (mas existe um limite imposto pela lei) sem que o acionista majoritário corra o perigo de perder o controle da empresa (de novo: já que a ação PN não dá direito a voto ao proprietário).
Leia outras postagens sobre Bolsa de Valores:
Quer saber mais? Acesse:
http://www.cvm.gov.br/

*o conceito de liquidez aqui é no sentido do proprietário da ação PN ter mais facilidade de vendê-la na Bolsa, é uma ação mais negociada.

NOTA: as Sociedades Anônimas que estão aderindo ao Novo Mercado (governança corporativa) da BOVESPA só podem emitir ações do tipo ON , mas o Novo Mercado será assunto de outra postagem.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

BOLSA DE VALORES III

Uma SOCIEDADE ANÔNIMA DE CAPITAL ABERTO precisa ser registrada na CVM-Comissão de Valores Mobiliários, que é o órgão regulador e fiscalizador do Mercado de Capitais. Uma empresa vende ações ao público para se capitalizar, levantar fundos (dinheiro), sem precisar recorrer a empréstimo bancário. Esse é o mercado primário: quando uma empresa vende ações “novas”, faz lançamento de ações no mercado (é o chamado IPO – sigla em inglês para oferta pública de ações -). EXEMPLO: vamos supor que a PETROBRAS faça o lançamento, na próxima semana, de ações novas, e eu compre um lote dessas ações (quem vai receber meu dinheiro é a PETROBRAS, e eu passo a ser proprietário de um “pedaço” da PETROBRAS, passo a ser detentor de uma parcela do capital da PETROBRAS – correspondente à cota que eu comprei -), esse é o mercado primário; vamos considerar, agora, que daqui a 3 meses eu pegue esse lote de ações que comprei da PETROBRAS e venda para uma outra pessoa, agora já estamos no mercado secundário, a pessoa vai me pagar e eu passarei para essa pessoa o lote de ações, neste caso a PETROBRAS não está recebendo dinheiro algum, por isso, mercado secundário. Ah, sim, e quando eu vendi essas ações isso aconteceu aonde mesmo? Na Bolsa de Valores (no caso do Brasil, na BOVESPA-Bolsa de Valores de São Paulo), que é o local apropriado para se negociar ações no mercado secundário.
E qual o motivo que me levou a investir na PETROBRAS? Como disse, a partir do momento que comprei ações dessa Empresa passei a ser dono de um pedaço dela, então, tenho direito a parte dos lucros e dos dividendos que ela gerar quando terminar o exercício (estou confiante que ela vai dar lucro); claro, então, que se a empresa não der lucro naquele período (exercício) não terei direito a receber lucro, óbvio. Então essa é a única maneira de ganhar dinheiro investindo em ações: esperar que a Companhia dê lucro e distribua parte desse lucro (proporcional à quantidade de ações que eu tenho) para mim. Não. Vamos lembrar lá em cima, eu comprei ações da PETROBRAS e 3 meses depois as revendi, vamos supor que comprei uma ação valendo R$20,00, e revendi por R$25,00, estarei ganhando R$5,00 por cada ação que revendi. Em resumo, posso ganhar dinheiro com ações: 1. Recebendo parte dos lucros e dividendos; 2. Revendendo as ações por um valor maior do que eu comprei.
Então, vou pegar as ações que tenho da PETROBRAS (apenas um exemplo) e vou lá na BOVESPA vender elas, e lá mesmo vou aproveitar para comprar ações do Banco do Brasil (também exemplo). Não posso fazer isso não: para toda essa negociação é necessário eu me cadastrar numa Corretora credenciada (no site da BOVESPA – abaixo -) consta a relação com todas as Corretoras.

Leia outras postagens sobre Bolsa de Valores:
http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/bolsa-de-valores.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/bolsa-de-valores-ii.html

Quer saber mais? Acesse:
http://www.bovespa.com.br/Principal.asp
http://www.cvm.gov.br/

OBSERVAÇÕES:
A) Outro dia falamos mais sobre a Bolsa;
B) Citei PETROBRAS E BANCO DO BRASIL apenas COMO EXEMPLO, poderia ter citado outras companhias, não vai aqui nenhuma recomendação de compra de ações dessas Empresas, o blog NÃO funciona como consultor financeiro.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

ALELUIA, ALELUIA, BANCO CENTRAL

Na postagem do dia 19 tinhamos colocado que o Banco Central não teria a coragem e a ousadia de reduzir a taxa SELIC para 12,75%, pois não é que "queimei a língua" (ainda bem); surpreendentemente o BACEN reduziu a taxa em um ponto percentual, tudo bem que a decisão não foi unânime, 3 integrantes do Colegiado (COPOM) queriam a redução de 0,75, mas a maioria (5 integrantes) decidiu por uma redução maior.

Leia sobre o COPOM e a taxa SELIC em:
http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/copom.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/selic-e-taxa-selic.html

Veja o comunicado constante no site do Banco Central (mas lembro que só na quinta-feira da próxima semana, 29.01, será publicada a Ata da reunião do COPOM, aí sim saberemos detalhes sobre o que foi discutido):

"Copom reduz a taxa Selic para 12,75% ao ano
21/1/2009 18:58:00

Brasília – Avaliando as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, neste momento, reduzir a taxa Selic para 12,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e três votos pela redução da taxa Selic em 0,75 p.b. Com isso, o Comitê inicia um processo de flexibilização da política monetária realizando de imediato parte relevante do movimento da taxa básica de juros, sem prejuízo para o cumprimento da meta para a inflação.

21 de janeiro de 2009

Banco Central do Brasil
Assessoria de Imprensa
imprensa@bcb.gov.br
(61) 3414-3462".

SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”: veja que na nota acima tem "...12,75% a. a. sem viés,..."; na postagem sobre o COPOM, datada de 11.12.08, colocamos que a segunda reunião do COPOM, neste ano, será 10 e 11 de março; quando hoje, 21.01, o COPOM toma uma decisão e coloca o termo “sem viés”, quer dizer que o COPOM não modificará os juros antes da próxima reunião, ou seja, só teremos uma nova decisão na reunião de março. UM EXEMPLO: vamos supor que a decisão de hoje, do COPOM, fosse de REDUZIR A TAXA SELIC PARA 12,75% A. A. COM VIÉS DE BAIXA, significaria que antes mesmo da reunião de 10 e 11 de março o COPOM poderia reduzir a taxa SELIC, o mesmo exemplo pode ser olhado se a decisão tivesse sido de REDUZIR A TAXA SELIC PARA 12,75% A.A. COM VIÉS DE ALTA, isso indicaria que, antes mesmo de 10 e 11 de março o COPOM poderia aumentar a taxa SELIC. Como a decisão foi de redução mas SEM VIÉS, a taxa ficará em 12,75% até a reunião de março.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

JUÍZO, BANCO CENTRAL, JUÍZO

A reunião do COPOM-Conselho de Política Monetária, que vai fixar a nova taxa SELIC (taxa básica de juros), vai acontecer amanhã e depois, 20 e 21. Eu ia dizer que o país todo - à exceção do sistema financeiro - clama por uma redução da taxa (os últimos números de redução da atividade econômica na indústria brasileira são preocupantes), mas até Márcio Cypriano, presidente do bradesco, pediu a Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, a redução da taxa SELIC. Se o COPOM tivesse ousadia e coragem reduziria a taxa dos atuais 13,75% a. a. para 12,75 a. a., mas como essa não é a característica do COPOM acreditamos que, na melhor das hipóteses, a redução será para 13,25%.

Como o COPOM, ao fixar a SELIC, olha a trajetória da inflação, quem tiver interesse pode assistir um vídeo com a entrevista coletiva de divulgação do Relatório de Inflação elaborado pelo Banco Central, ocorrida em 22.12.08 (apresentação: Diretor Mário Mesquita).
Basta acessar:
http://www.bcb.gov.br/pec/relinf/apres-20081222/player_frame.html

Para fins didáticos quero informar que logo no início da entrevista é feita referência ao índice CRB:
Índice CRB: aponta a evolução de preços das commodities mais negociadas no mercado internacional, como café, petróleo, ouro, algodão, etc.
Commodities: "(significa mercadoria em inglês) pode ser definido como mercadorias, principalmente minérios e gêneros agrícolas, que são produzidos em larga escala e comercializados em nível mundial. As commodities são negociadas em bolsas de mercadorias, portanto seus preços são definidos em nível global, pelo mercado internacional.
As commodities são produzidas por diferentes produtores e possuem características uniformes. Geralmente, são produtos que podem ser estocados por um determinado período de tempo sem que haja perda de qualidade. As commodities também se caracterizam por não ter passado por processo industrial, ou seja, são geralmente matérias-primas.
O Brasil é um grande produtor e exportador de commodities. As principais commodities produzidas e exportadas por nosso país são: petróleo, café, suco de laranja, minério de ferro, soja e alumínio. Se por um lado o país se beneficia do comércio destas mercadorias, por outro o torna dependente dos preços estabelecidos internacionalmente. Quando há alta demanda internacional, os preços sobem e as empresas produtoras lucram muito. Porém, num quadro de recessão mundial, as commodities se desvalorizam, prejudicando os lucros das empresas e o valor de suas ações negociadas em bolsa de valores” (disponível em: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/commodities.htm ).

Para ler sobre o COPOM e sobre a TAXA SELIC:
http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/copom.html
http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/selic-e-taxa-selic.html

PROJETO FX-2

SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”: revista IstoÉ Dinheiro 588, de 14.01.09, pág. 10: AVIAÇÃO. OS FINALISTAS DA CONCORRÊNCIA DA FAB. A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou os três finalistas do processo de escolha do novo avião de combate que vai patrulhar o espaço aéreo brasileiro. Boeing (Estados Unidos), Saab (Suécia) e Dassault (França) foram as empresas que superaram a primeira base seletiva. Batizado de FX-2, o projeto está estimado em mais de US$ 2 bilhões para a compra de 36 aeronaves. Segundo a FAB, o nome do vencedor será apresentado até o final de março. Observe a seguir as principais características das aeronaves selecionadas pelo governo brasileiro.

AVIÃO RAFALE-C
FABRICANTE: Dassault (França)
VELOCIDADE 2.124 km/h
CARGA BÉLICA: 1 canhão de 30 mm e 6 toneladas de bombas e mísseis
PRINCIPAL VANTAGEM: melhor desempenho em combate
PREÇO: US$ 88 milhões

AVIÃO F-18 E/F
FABRICANTE: Boeing (Estados Unidos)
VELOCIDADE: 2.160 km/h
CARGA BÉLICA: 1 canhão de 8 mm e 8 toneladas de bombas e mísseis
PRINCIPAL VANTAGEM: radar mais avançado que o dos concorrentes
PREÇO: US$ 55 milhões

AVIÃO GRIPEN NG
FABRICANTE: Saab (Suécia)
VELOCIDADE: 2.410 KM/H
CARGA BÉLICA: 1 canhão de 27 mm e 6 toneladas de bombas e mísseis
PRINCIPAL VANTAGEM: oferece ampla transferência tecnológica
PREÇO: US$ 76 milhões

SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”:
o projeto FX-2 visa reequipar e modernizar a Aviação de Caça da FAB. A idéia é que esses “caças múltiploemprego” comecem a ser entregues a partir de 2014 e tenham vida útil de 30 anos. Se olharmos só a questão de preço (que é uma variável importante mas não pode ser a única), a proposta mais vantajosa seria a da empresa norte-americana Boeing (avião F-18 E/F), mas tem um quesito fundamental na proposta da sueca Saab (avião GRIPEN NG), que é a transferência tecnológica, ponto fundamental para o desenvolvimento e a capacitação tecnológica. Além disso, fomos lá no site http://www.defesabr.com/Fab/fab_novofx.htm , e ali consta uma outra comparação entre os 3 aviões. Percebemos nesse site que, apesar da menor carga bélica, “... o Gripen New Generation é menor e mais leve, facilitando a atividade logística e também viabilizando o emprego em estradas e pistas curtas e mais rudimentares, de até 800 m. Reconhecidamente, possui o menor custo por hora de vôo (US$ 4 mil contra US$ 14 mil dos demais) (...) é mais fácil e rápido de ser recarregado, em apenas 10 min com 5 homens (...), o Gripen é um monomotor contra dois bimotores, tendo a mesma velocidade do Rafale e superando o F/A-18 (...). Nos quesitos Alcance e Raio de Ação, o Gripen deixa de ser inferior e sua nova versão NG supera os outros dois concorrentes”.

Não sou conhecedor de aviação, em especial aviação militar (me pauto pela leitura na mídia e em alguns sites da área), mas pelas informações disponíveis fica parecendo que a melhor proposta é a da empresa sueca Saab, isso, claro, se ficar garantida, realmente, a “ampla transferência tecnológica”, até pelo fato de que boa parte dos componentes do Gripen é de origem norte-americana, e os EUA são, tradicionalmente, resistentes à transferência de tecnologia.

Uma outra questão a considerar é que, na visita que o presidente francês Nicolas Sarkozy fez ao Brasil em dezembro/2008, foram tomadas iniciativas para que a França incremente a parceria militar com o Brasil.

Leiam mais em:
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php
http://www.defesabr.com/Fab/fab_novofx.htm
https://www.defesa.gov.br/

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

PIB-PRODUTO INTERNO BRUTO I

SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”: no site do UOL: “14/01/2009 - 11h39. China passa Alemanha e se torna 3ª maior economia do mundo. Da Redação. Em São Paulo. O Produto Interno Bruto da China em 2007 superou o da Alemanha, colocando o país asiático pela primeira vez como a terceira maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão (veja tabela abaixo). A constatação, divulgada nesta quarta-feira, é do Escritório Nacional de Estatística da China, que fez uma revisão dos dados de 2007. O PIB chinês somou US$ 3,76 trilhões segundo o novo cálculo; o anterior apontava US$ 3,28 trilhões. O da Alemanha ficou em US$ 3,32 trilhões”.














































OS MAIORES DO MUNDOPIB em 2007, em US$ tri
Estados Unidos13,81
Japão4,38
China3,76
Alemanha3,32
Reino Unido2,80
França2,59
Itália2,10
Canadá1,44
Espanha1,44
Brasil1,31
Rússia1,23
Índia1,10
México1,02
Mundo54,58
Fonte: FMI e Escritório Nacional de Estatísticas da China


SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”: o PIB – Produto Interno Bruto é a soma de tudo (bens + serviços) que é produzido numa região, e num período de tempo, é soma de toda a riqueza gerada. Então temos o PIB de um país num mês, ou num trimestre, ou no ano, e por aí vai. O PIB é calculado também para cidades ou regiões (o PIB da Bahia em 2008, o PIB do NORDESTE, o PIB de Salvador, etc etc). É uma forma de ser encontrar o TAMANHO DA ECONOMIA. Se o Estado de São Paulo tem o maior PIB do Brasil significa que ali é a maior economia do país. No Brasil quem calcula o PIB é o IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que faz a divulgação a cada trimestre. Hoje, nossa intenção é desmistificar dois pontos em relação ao PIB:
1. É inegável a importância do crescimento do PIB, afinal de contas um país só pode distribuir riqueza se tiver essa riqueza para distribuir, então, quanto maior o PIB – e também o PNB – maior a “possibilidade” de ocorrer uma melhoria de renda das pessoas daquele país;
2. Mas é justamente no quesito anterior que pode ocorrer um engano, nós falamos em “possibilidade”, a priori nada garante que um país mais rico seja aquele que, necessariamente, vai promover uma melhor qualidade de vida da sua população (deveria ser assim), então não vamos fazer essa dedução, como se fosse uma lei “país mais rico → povo mais feliz”; um país pode ser muito rico, ou seja, ter um PIB muito alto, mas se a concentração de renda for grande, parte da população pode não estar usufruindo dessa riqueza (do país).

Em outro momento apresentaremos a diferença entre PIB REAL e PIB NOMINAL, a diferença entre PIB E PNB-PRODUTO NACIONAL BRUTO, etc etc.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

INFLAÇÃO - IPCA

SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”: JORNAL GAZETA MERCANTIL DE ONTEM, PÁG. A4: INFLAÇÃO. IPCA encerra 2008 com alta de 5,90%. O resultado é a menor taxa para o mês de dezembro desde o início do Plano Real.
SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”: o IPCA é, entre outros, mais um índice que mede a inflação (ainda teremos uma postagem tratando apenas sobre INFLAÇÃO). Esse índice, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é calculado pelo IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo que o período de coletas de dados vai do dia 1º até o dia 30 de cada mês. Esse Índice tem a denominação de Amplo pelo fato de abranger um número maior de produtos, na medida em que inclui famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários-mínimos (atualmente de R$415,00 a R$16.600,00), residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília, e no município de Goiânia.
Tiramos do site do IBGE a estrutura de ponderação do IPCA (válida a partir de 2006):







































alimentos e bebidas22,1417%
habitação13,2752%
artigos de residência5,4821%
vestuário6,1698
transportes20,7942%
saúde e cuidados pessoais10,5068%
despesas pessoais9,2289%
educação6,5536%
comunicação5,8475%
total100,00%


FONTE: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=517&id_pagina=1

A ponderação por regiões também mudou a partir de 2006, e ficou assim:



















































São Paulo33,06%
Rio de Janeiro13,68%
Belo Horizonte10,83%
Porto Alegre8,92%
Curitiba7,42%
Salvador6,87
Belém4,15%
Recife4,10%
Fortaleza3,87%
Goiânia3,73%
Brasília3,37%
Total100,00%


FONTE: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=517&id_pagina=1


Como consta na Gazeta Mercantil de ontem o IPCA variou 5,90% no ano de 2008, e tiramos também do site do IBGE a participação de cada grupo de produtos nesse percentual de 5,90%, ou seja, a variação de preços, em 2008, de cada grupo de produtos e como cada grupo de produtos "contribuiu" com o percentual de 5,90%:















































GrupoVariaçãoContribuição (pontos percentuais)
Alimentação e bebidas11,11%2,42
Habitação5,08%0,67
Artigos de residência1,99%0,09
Vestuário7,31%0,48
Transportes2,32%0,47
Saúde e cuidados pessoais5,73%0,62
Despesas pessoais7,35%0,72
Educação4,56%0,32
Comunicação1,780,11
Total-5,90%


Teria mais coisa para escrever sobre o IPCA, mas vai ficar mais cansativo ainda para quem lê, então deixaremos para outra postagem, mas se você quiser saber mais sobre inflação veja a postagem “Deflação em Dezembro”, de 29.12: http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/deflao-em-dezembro.html”.~

NOTA: deu para perceber como ainda estou "apanhando" do blog, não é? consigo colocar a tabela corretamente, utilizando o editor de html, mas não estou conseguindo evitar que fique com esse espaço enorme entre o texto e a tabela, vou me informar e procurar corrigir (PEÇO DESCULPAS).

domingo, 11 de janeiro de 2009

DEVOLVA MEU INSS

A postagem do último dia 08, DEVOLVA MEU FGTS,
http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/devolva-meu-fgts.html , me levou a um outro assunto que considero uma aberração. Até 1995 quando o aposentado continuava trabalhando a empresa, corretamente, descontava a contribuição para o INSS sobre o salário, pois o aposentado estava na ativa, com o mesmo, ou com um novo, vínculo empregatício (logo é segurado obrigatório), mas o que acontecia? Quando esse aposentado/empregado se afastava dessa segunda atividade o INSS devolvia para ele toda a importância que foi descontada (corrigida), já que essa contribuição em nada vai beneficiar o aposentado (ele não terá outra aposentadoria nem vai melhorar o valor da aposentadoria que ele já tem), esse benefício era chamado de PECÚLIO. Pois a partir de 1995 mudou, foi extinto esse PECÚLIO, e o aposentado que voltar a ter um novo emprego (ou permanecer no mesmo) vai contribuir para o INSS "para nada". Ele não tem mais direito a essa devolução. Convenhamos que isso é de uma grande injustiça: CONTRIBUIR PARA NADA.

BOLSA DE VALORES II

A origem das Bolsas de Valores é duvidosa, não se tem convicção se surgiram na Roma Antiga ou na Grécia Antiga, mas uma coisa é certa, a Bolsa, nos primórdios, não tinha a característica que tem hoje, de compra e venda de ações, o objetivo era a negociação de moedas e metais preciosos.
O termo “Bolsa” surge em Bruges, na Bélgica:
“A palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro, nasceu em Bruges, cidade lacustre da Bélgica, capital de Flandres, pertencente à Liga Hanseática, onde se realizavam assembléias de comerciantes na casa de um senhor chamado Van der Burse, em cuja fachada havia um escudo com três bolsas, brasão d’armas do proprietário” (Disponível em: http://www.multitexto.com.br/Mercado.asp?Param=Topo1&ID=141).
Em 1141 Luis VII implanta a Bourse de Paris, na França, sendo que no Brasil a Bolsa vai surgir em 1845 com o Imperador do Brasil, Dom Pedro II:
“A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro foi a primeira bolsa a ser fundada no Brasil. Antes do início formal de suas operações, em 1845, os negócios – com produtos como fretes de navio e mercadorias de importação e exportação – eram realizados em uma espécie de pregão ao ar livre e os corretores eram chamados zangões. A atividade ganhou grande impulso a partir da vinda da família real para o Brasil, o que levou às primeiras tentativas de organização do mercado. Surgiu aí o conceito de Praça de Comércio, algo bem parecido com a noção de pregão organizado” (Disponível em: http://www.bvrj.com.br/pages/historia/historia.asp).
Vemos, então, que o surgimento das Bolsas teve como finalidade, inicialmente, a negociação de mercadorias, moedas, metais preciosos, e não os títulos (ações) como é hoje.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

OS ASSASSINATOS DE ISRAEL

A RESPEITO DA MATANÇA QUE ISRAEL ESTÁ PROMOVENDO EM GAZA, PERMITIDA CINICAMENTE PELO PRIMEIRO MUNDO, EM ESPECIAL OS EUA, TRANSCREVO O ARTIGO DO JORNALISTA BRITÂNICO ROBERT FISK:


"Por que nos odeiam tanto?!”


Assim, mais uma vez, Israel abriu as portas do inferno sobre os palestinos: 40 refugiados civis mortos numa escola da ONU, mais três em outra. Nada mau, para uma noite de trabalho do exército que acredita na "pureza das armas". Não pode ser surpresa para ninguém.
Esquecemos os 17.500 mortos – quase todos civis, a maioria mulheres e crianças – de quando Israel invadiu o Líbano, em 1982? E os 1.700 civis palestinos mortos no massacre de Sabra-Chatila? E o massacre, em 1996, em Qana, de 106 refugiados libaneses civis, mais da metade dos quais crianças, numa base da ONU? E o massacre dos refugiados de Marwahin, que receberam ordens de Israel para sair de suas casas, em 2006, e foram assassinados na rua pela tripulação de um helicóptero israelense? E os 1.000 mortos no mesmo bombardeio de 2006, na mesma invasão do Líbano, praticamente todos civis?
O que surpreende é que tantos líderes ocidentais, tantos presidentes e primeiros-ministros e, temo, tantos editores e jornalistas tenham acreditado na mesma velha mentira: que os israelenses algum dia tenham-se preocupado com poupar civis. "Israel toma todo o cuidado possível para evitar atingir civis", disse mais um embaixador de Israel, apenas horas antes do massacre de Gaza.
Todos os presidentes e primeiros-ministros que repetiram a mesma mentira, como pretexto para não impor o cessar-fogo, têm as mãos sujas do sangue da carnificina de ontem. Se George Bush tivesse tido coragem para exigir imediato cessar-fogo 48 horas antes, todos aqueles 40 civis, velhos, mulheres e crianças, estariam vivos.
O que aconteceu não foi apenas vergonhoso. O que aconteceu foi uma desgraça. "Atrocidade" é pouco, para descrever o que aconteceu. Falaríamos de "atrocidade" se o que Israel fez aos palestinos tivesse sido feito pelo Hamás. Israel fez muito pior. Temos de falar de "crime de guerra", de matança, de assassinato em massa.
Depois de cobrir tantos assassinatos em massa, pelos exércitos do Oriente Médio – por sírios, iraquianos, iranianos e israelenses – seria de supor que eu já estivesse calejado, que reagisse com cinismo. Mas Israel diz que está lutando em nosso nome, contra "o terror internacional". Israel diz que está lutando em Gaza por nós, pelos ideais ocidentais, pela nossa segurança, pelos nossos padrões ocidentais.
Então também somos criminosos, cúmplices da selvageria que desabou sobre Gaza.
Reportei as desculpas que o exército de Israel tem oferecido ao mundo, já várias vezes, depois de cada chacina. Dado que provavelmente serão requentadas nas próximas horas, adianto algumas delas: que os palestinos mataram refugiados palestinos; que os palestinos desenterram cadáveres para pô-los nas ruínas e serem fotografados; que a culpa é dos palestinenses, por terem apoiado um grupo terrorista; ou porque os palestinenses usam refugiados inocentes como escudos humanos.
O massacre de Sabra e Chatila foi cometido pela Falange Libanesa aliada à direita israelense; os soldados israelenses assistiram a tudo por 48 horas, sem nada fazer para deter o morticínio; são conclusões de uma comissão de inquérito de Israel. Quando o exército de Israel foi responsabilizado, o governo de Menachem Begin acusou o mundo de preconceito contra Israel.
Depois que o exército de Israel atacou com mísseis a base da ONU em Qana, em 1996, os israelenses disseram que a base servia de esconderijo para o Hizbollah - guerra deflagrada porque o Hizbóllah capturou dois soldados israelenses na fronteira. Mas esses não foram crimes do Hizbollah; foram crimes de Israel.
Israel insinuou que os corpos das crianças assassinadas num segundo massacre em Qana teriam sido desenterrados e expostos para fotografias. Mentira.
Sobre o massacre de Marwahin, nenhuma explicação. As pessoas receberam ordens, de um grupo de soldados israelenses, para evacuar as casas. Obedeceram. Em seguida, foram assassinadas por matadores israelenses. Os refugiados reuniram os filhos e puseram-se à volta dos caminhões nos quais viajavam, para que os pilotos dos helicópteros vissem quem eram, que estavam desarmados. O helicóptero varreu-os a tiros, de curta distância. Houve dois sobreviventes, que se salvaram porque fingiram estar mortos. Israel não tentou nenhuma explicação.
Doze anos depois, outro helicóptero israelense atacou uma ambulância que conduzia civis de uma vila próxima – outra vez, soldados israelenses ordenaram que saíssem da ambulância – e assassinaram três crianças e duas mulheres. Israel alegou que a ambulância conduzia um ferido do Hizbollah. Mentira.
Cobri, como jornalista, todas essas atrocidades, investiguei-as uma a uma, entrevistei sobreviventes. Muitos jornalistas sabem o que eu sei. Nosso destino foi, é claro, o mais grave dos estigmas: fomos acusados de anti-semitismo.
Por tudo isso, escrevo aqui, sem medo de errar: agora recomeçarão as mais escandalosas mentiras. Primeiro, virá a mentira do "culpem o Hamás" – como se o Hamás já não fosse culpado dos próprios crimes! Depois, talvez requentem a mentira dos cadáveres desenterrados para fotografias. E com certeza haverá a mentira do "homem do Hamás na escola da ONU". E com absoluta certeza virá também a mentira do anti-semitismo. Os líderes ocidentais cacarejarão, lembrando ao mundo que o Hamás rompeu o cessar-fogo. É mentira.
O cessar-fogo foi rompido por Israel, primeiro dia 4/11; quando bombardeou e matou seis palestinenses em Gaza e, depois, outra vez, dia 17/11, quando outra vez bombardeou e matou mais quatro palestinenses.
Sim, os israelenses merecem segurança. 20 israelenses mortos nos arredores de Gaza é número escandaloso. Mas 600 palestinenses mortos em uma semana, além dos milhares assassinados desde 1948 – quando a chacina de Deir Yassin ajudou a mandar para o espaço os habitantes autóctones dessa parte do mundo que viria a chamar-se Israel – é outro assunto e é outra escala.
Dessa vez, temos de pensar não nos banhos de sangue normais no Oriente Médio. Dessa vez é preciso pensar em massacres na escala das guerras dos Bálcãs, dos anos 90. Ah, sim.
Quando os árabes enlouquecerem de fúria e virmos crescer seu ódio incendiário, cego, contra o Ocidente, sempre poderemos dizer que "não é conosco". Sempre haverá quem pergunte "Por que nos odeiam tanto?"
Que, pelo menos, ninguém minta que não sabe por quê."

Robert Fisk escreve para o jornal inglês The Independent "

QUER SE APOSENTAR? VÁ TRABALHAR

SE VOCÊ QUER SABER QUANTO TEMPO FALTA PARA SE APOSENTAR SIGA O ROTEIRO ABAIXO E FAÇA UMA SIMULAÇÃO:

Roteiro para calcular tempo de serviço:

1) www.previdencia.gov.br
2) clicar em:
- Portal MPS. Acesse a versão anterior (lá na parte de baixo)*
- serviços
- calcule sua aposentadoria (simulação)
- simulação da contagem de tempo de contribuição
- contagem de tempo de contribuição?
3) lançar número do PIS, ou PASEP
4) lançar: nome, sexo, Estado
5) a partir desse ponto, com base na carteira profissional (ou carnê de contribuição), ir lançando primeiro dia do contrato, último dia do contrato, depois clicando em “outro período” para lançar novos contratos de trabalho, e ao final de todos os contratos clicar em OK.
6) Vai aparecer a lista de todos os períodos, clicar agora em Calcular
*ainda vou verificar como é o roteiro nessa nova versão do site da Previdência, mas enquanto isso podem ir utilizando esse roteiro na versão anterior do site que ainda está disponível.

DEVOLVA MEU FGTS

Uma notícia que já saiu na imprensa, mas muita gente ainda não sabe: quando a pessoa se aposenta e continua trabalhando na mesma Empresa tem direito a receber a devolução do FGTS que a empresa deposita todo mês na Caixa Econômica Federal. Esse entendimento tem por base a decisão do Supremo Tribunal Federal de que a aposentadoria não extingue o vínculo empregatício. Para sacar mensalmente o FGTS que a Empresa vai continuar depositando o aposentado/empregado deve comparecer a uma agência da Caixa com os seguinte documentos:

- documento fornecido pelo INSS que comprove a aposentadoria;
- carteira de trabalho;
- Cartão Cidadão (ou cartão de inscrição no PIS/PASEP);
- fotocópia do RG, CPF e da Carteira de Trabalho (as páginas com identificação e foto, qualificação e o contrato de trabalho da referida conta).

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

POBRE NÃO PODE NEM SE DIVORCIAR

SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”: jornal Folha de São Paulo de ontem, Caderno Dinheiro, pág. B3: “Crise diminui pedidos de divórcio nos EUA”
SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”: é, conhecem aquela situação em que o casamento está uma maravilha, a toda hora MEU BEM, MEU BEM, mas quando vem a separação passa a ser MEUS BENS, MEUS BENS, na briga para dividir carro, imóvel, etc? Pois a classe média norte-americana conseguiu inverter, agora quem enfrenta o divórcio declara SEUS BENS, SEUS BENS; acontece que, com a crise no mercado imobiliário norte-americano os imóveis estão desvalorizados, valendo menos do que a hipoteca, então casais que estão se separando mas têm imóvel hipotecado, cada um briga para empurrar o imóvel (e a dívida) para o outro, ninguém quer herdar o “abacaxi”, levar uma hipoteca maior do que o valor de mercado do imóvel, então a moda agora é SEUS BENS, SEUS BENS (a que ponto chegamos, hein?).
Outra questão: à exceção da classe alta norte-americana, as demais classes, quando olham o custo dos processos de separação, e os custos de viverem em duas casas separadas, estão desistindo de se separar e continuam “tolerando” o(a) outro(a), e ainda há casais que se separam mas continuam morando na mesma residência para evitar, da mesma forma, a manutenção de duas casas (o que faz uma crise econômica, não?).

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ANIVERSÁRIO DE UM MÊS

ONTEM, 01.01.09, COMPLETOU UM MÊS QUE COLOCAMOS NOSSA PRIMEIRA POSTAGEM NO BLOG, E JÁ TIVEMOS CERCA DE 370 VISITAS. ENTÃO SÓ TENHO A AGRADECER A VOCÊS, LEITORES. PARA QUEM COMEÇOU AGORA, AINDA É UM PRINCIPIANTE EM ADMINISTRAÇÃO DE BLOG, ALIÁS, AINDA ESTOU "APANHANDO" UM BOCADO DO BLOG, AINDA ESTOU EM FASE DE APRENDIZADO, ACHO QUE TIVEMOS UMA BOA MÉDIA DE VISITAS. MEUS AGRADECIMENTOS.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

INFLAÇÃO DE OFERTA II

SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”: ainda sobre inflação de oferta, tratada na postagem anterior, http://economistaivangargur.blogspot.com/2009/01/inflao-de-oferta.html , vejamos o que saiu no jornal Folha de São Paulo de ontem, pág. B4, sobre aumento nos custos de produção:
"O querosene de aviação acumulou queda de 3,71% em 2008. Segundo o Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias), trata-se do primeiro recuo nos últimos quatro anos. Amanhã, o combustível terá nova redução de preço, de 16,76%. Apesar disso, o sindicato afirma que, no curto prazo, o consumidor não será beneficiado com passagens mais baratas. De acordo com o Snea, a alta do dólar no segundo semestre eliminou os efeitos positivos da queda do preço do petróleo.
De janeiro a julho, o preço do querosene de aviação acumulou alta de 35,32%. O combustível representa 30% dos custos de uma companhia aérea.
Afetadas pela alta do petróleo no primeiro semestre, as companhias aplicaram reajustes, principalmente nas rotas mais procuradas por viajantes a negócios, como a ponte aérea Rio-São Paulo”.

SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”:
1. Inicialmente é importante perceber o peso que tem o combustível* nos custos de uma companhia aérea, 30%, ou seja, somados todos os itens que compõem os CUSTOS DE PRODUÇÃO, o combustível representa quase um terço;
2. No primeiro semestre do ano passado, enquanto o dólar ainda estava baixo (lembrem, em 30.06.08 valia R$1,59), o que pesava era o valor do petróleo: no final de 2007 o barril do petróleo valia em torno de 95 dólares e no início de julho/08 estava em 147 dólares;
Depois a situação inverteu, se o preço do barril do petróleo vem recuando, apesar dos “catastróficos” terem previsto que o barril chegaria logo logo a 200 dólares, no final de 2008 estava em cerca de 35 dólares; isso facilitaria uma possível redução no preço das passagens aéreas, mas aí entra uma outra variável, é que o valor desse dólar, como já vimos, aumentou durante todo o segundo semestre do ano passado: ontem estava valendo R$2,33.

FINALIZANDO - tivemos então movimentos em sentidos contrários:
1º semestre: dólar barato mas o petróleo fica mais caro
2º semestre: petróleo fica mais barato mas dólar fica mais caro.
*NOTA: os combustíveis de aviação, tanto o Querosene de Aviação/QAV-1 (utilizado em aviões modernos com motores à turbina), como a Gasolina de Aviação/GAV (para motores de combustão interna e é destinada a aviões de pequeno porte que possuem motores com ignição por centelha.), são, entre tantos outros, subprodutos do petróleo. Fonte:

INFLAÇÃO DE OFERTA I

SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”: jornal A Tarde de hoje, matéria da Agência Estado, SP: “COMPUTADOR E CELULAR VÃO PESAR MAIS NO BOLSO. Custo de Vida: indústria de eletroeletrônicos, principalmente a linha de informática, irá reajustar os preços em até 20%. O motivo: a alta do dólar e o aumento dos custos de produção.
Varejo, fabricantes de equipamentos e consultorias reconhecem que 2009 será um ano desafiador para o comércio de eletrônicos, com estagnação nas vendas de computadores de celulares – dois dos itens que mais avançaram nos últimos anos.
CRÉDITO – A B2W, companhia criada da fusão entre a Americanas.com e o Submarino, deve enfrentar dificuldades em 2009. A restrição ao crédito foi apontada como vilã. A companhia terá custos adicionais para obter funding junto aos bancos para financiar os clientes e provavelmente enfrentará aumento de inadimplência, segundo relatório do banco Fator” (o negrito foi nosso).

SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”:
Para quem não leu, ou não se lembra, do que significa funding basta ler a postagem de dias atrás: http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/funding.html .
Aproveitando o que saiu na mídia, e já que tratamos de INFLAÇÃO DE DEMANDA quando falamos sobre a FBCF-Formação Bruta de Capital Fixo (http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/olhem-que-nome-bonito-formao-bruta-de.html) , vamos tratar agora da INFLAÇÃO DE OFERTA, também chamada INFLAÇÃO DE CUSTOS. Você leitor(a), tem uma fábrica de móveis de madeira, veja só, você só fabrica os móveis, você compra a madeira de uma outra pessoa – o madeireiro -, de repente, início de 2009, você faz a compra da madeira mas seu fornecedor cobrou um preço 50% maior pela madeira, o que você, provavelmente, fará? Aumentará o preço dos seus móveis, confere? Essa é a inflação de custos, associada à inflação de Oferta. Quando o CUSTO para produzir algo aumenta (o chamado CUSTO DE PRODUÇÃO: se aumentou o preço de algum item que compõe o produto, item que entra na fabricação do produto, e o empresário repassou esse aumento – ou uma parte dele – para o preço final do produto, é a chamada INFLAÇÃO DE CUSTOS). Lembra quando o trigo constantemente aumentava de preço o pão também ficava mais caro? É disso que está tratando - mesmo sem citar explicitamente - a nota que colocamos na SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”, produtos cotados em dólar, ou cuja matéria-prima é importada (paga em dólar), a tendência é o produto ficar mais caro; se eu uso uma matéria-prima importada, que pago em dólar, e esse dólar ficou mais caro, a TENDÊNCIA, é que eu repasse esse aumento para o preço final do produto, ou seja, para o consumidor. E veja o que falamos sobre a alta do dólar na postagem http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/reservas-internacionais.html: em 30 de junho o dólar valia R$1,59 e em 21.12 valia R$2,38 (ontem, conforme consta no jornal Folha de São Paulo, estava valendo R$2,33).