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terça-feira, 20 de julho de 2010

VERTICALIZAÇÃO (ou INTEGRAÇÃO VERTICAL)

Jornal A Tarde de 02/06/2010, pág. B1: “AGRONEGÓCIOS. Bahia quer verticalizar a cadeia produtiva do milho, soja e algodão”:

“lançamento do projeto de verticalização das cadeias produtivas do milho, soja e algodão, as três principais commodities agrícolas do oeste baiano,...’

“Na safra 2009/2010, as três culturas [produziram] 4.629.000 toneladas de soja e milho e 983.794 toneladas de fibra, que, em sua grande maioria, ainda são vendidas in natura.”

Jornal Folha de São Paulo de 27/06/2010, pág. B1: “MARFRIG QUER SEARA COMO MARCA GLOBAL. Depois de adquirir 40 empresas, grupo afirma que encerrou as compras e prioriza eficiência e novos mercados. Marfrig atinge objetivo ao completar cadeia da carne. Presente do abate até o produto final, grupo busca agora melhor a eficiência e a atender bem aos consumidores. O grupo Marfrig atingiu o seu principal objetivo: participar de todas as fases na produção de carnes. “Nossa estratégia sempre foi fazer produtos de valor agregado, estar presente em toda a cadeia produtiva – do abate até o produto final -...”

Essas duas matérias dizem respeito ao que é chamado de INTEGRAÇÃO VERTICAL. No caso do grupo MARFRIG, por exemplo, vejam que faz toda a “cadeira da carne”, toda a cadeia produtiva é feita pelo próprio grupo: “do abate até o produto final”. A empresa poderia, por exemplo, se dedicar só ao abate e passar as outras fases do processo produtivo para outras empresas, como muitas fazem, não é mesmo? Mas no caso de ficar com todas as etapas o grupo está agregando valor ao produto, podendo vendê-lo por um preço maior.

Vejamos o que diz Anita Kon, no livro Economia Industrial, capítulo 5.5 “A integração vertical ou terceirização como estratégia”: “”Esta integração [vertical] envolve um aumento no número de produtos intermediários produzidos pela firma para seu próprio uso. Assim, a diversificação pode ser voltada para a substituição de insumos comprados de outras empresas por produção própria, integrando-se “para trás” (...), ou para a distribuição e outros serviços “para a frente” (...) na cadeia de produção-distribuição-consumo. (...) Uma única empresa [ ou grupo empresarial] pode integrar atividades econômicas relacionadas a vários estágios sucessivos do processo total de produção, que se desenrola desde a produção da matéria-prima até a colocação do produto acabado nas mãos do consumidor final, (...)”.

Se não ficou claro sobre o que é INTEGRAÇÃO VERTICAL mande sua dúvida.Outro dia discorreremos sobre a INTEGRAÇÃO HORIZONTAL.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

TELEMAR ou OI?

Depois de anos lecionando no ensino superior percebemos como alguns alunos vibram de felicidade quando pegam um professor cometendo algum erro, parece que é uma vitória chegar para o professor, e dizer (com aquela empáfia, claro): professor, o senhor está errado. Óbvio que erramos, ninguém é infalível, mas nos últimos meses, ou anos, tem acontecido algo, até, irônico. Toda vez que precisamos falar sobre Estruturas de Mercado (oligopólio, monopólio, etc), de maneira proposital eu cito a Telemar, e imediatamente alguém me interrompe, com a alegria estampada no rosto, e se "vinga" logo do "carrasco" do professor: "mas, professor, até o senhor, não é mais TELEMAR, é Oi a Empresa", e insistentemente fica a discorrer que a TELEMAR deixou de existir e agora é a Oi. Pois bem, depois de escutar todo o discurso "me corrigindo", pergunto ao aluno se ele acha que uma empresa do porte de uma Telemar iria mudar o nome para OI S/A. Que nome de Pessoa Jurídica mais sem sentido, mais ridículo. Tenho de chamar a atenção que OI é o nome de Fantasia, mas que a razão social continua sendo TELEMAR, basta verificar na conta telefônica. Tem até sites que tratam de Mercado de Capitais (ações) que chamam a empresa de Telemar/Oi, o que facilita o entendimento do leitor. Pois bem, então ficamos certos assim: a razão social da Empresa continua sendo TELEMAR, e OI é o nome de fantasia.

domingo, 4 de abril de 2010

IPO (outra sopa de letras)

Tem saído uma série de matérias na imprensa sobre IPO de diversas empresas. É a PETROBRAS que vai fazer um IPO para capitalizar a empresa visando a exploração do pré-sal. É a TAM fazendo o IPO de uma empresa do seu grupo, a Multiplus.

No site do UOL Economia lemos, no dia 30.03:

"SÃO PAULO (Reuters) - A Ecorodovias, concessionária de estradas, precificou a ação em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) a 9,50 reais. O giro financeiro da operação totaliza 1,37 bilhão de reais, incluindo as novas ações e aquelas que estão sendo vendidas por sócios.
Os coordenadores da operação estimavam preço por ação entre 9 e 12 reais. Ainda que o valor tenha ficado perto do piso da faixa projetada, trata-se do primeiro IPO do Brasil em 2010 em que a oferta é colocada dentro do intervalo sugerido no prospecto preliminar.
Os quatro IPOs anteriores neste ano --Aliansce, Multiplus, BR Properties e OSX-- saíram com preço por ação inferior ao originalmente projetado".

IPO, sigla em inglês de Initial Public Offering (abertura de capital, ou seja, oferta inicial de ações), foi tratada em nossas postagens sobre Bolsa de Valores de janeiro do 2009, em especial na postagem de 22.01.

terça-feira, 16 de março de 2010

Seminário O Pensamento de Darcy Ribeiro"

CONVITE

A Faculdade 2 de Julho, onde leciono desde 2001, está completando dez anos. Estamos ajudando a organizar um Evento em comemoração, é o Seminário "O Pensamento de Darcy Ribeiro", com entrada livre. Acontecerá nos dias 23 e 24.03. No dia 23 teremos na mesa (presidida pela Profa. Cássia Carneiro), o ex-governador Waldir Pires, o Prof. Joviniano Neto, e a Profa. Tecla Melo (Coordenadora Pedagógica da Faculdade). No dia 24 teremos na mesa (presidida pelo Prof. Derval Gramacho), a Profa. Maria Hilda Paraíso e o Prof. Sebastião Heber. As atividades começarão às 19h:00 e irão até umas 21h:30.
A Faculdade 2 de Julho está localizada na Avenida Leovigildo Filgueiras, n° 81, Garcia, 3114-4000.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CUSTO DO CAPITAL

Ao ler o capítulo 12 ("A redução do custo do capital"), de autoria de Gustavo Loyola(1), que integra o livro “BRASIL PÓS-CRISE. Agenda para a próxima década”, organizado por Fábio Giambiagi(2) e Octávio de Barros(3) (leitura que considero imprescindível), achei por bem tecer alguns comentários sobre o conceito de CAPITAL.

No linguajar comum a palavra “capital” remete a dinheiro, quando falamos que “fulano está descapitalizado” queremos dizer que está sem dinheiro, ou, mais popularmente, “está duro”. Pois bem, no “economês” o conceito de CAPITAL engloba as máquinas, os equipamentos (ferramentas), os prédios industriais, etc etc. Considerando a classificação tradicional esse CAPITAL é um dos fatores de produção, ao lado da TERRA e do TRABALHO (voltaremos a esse assunto em outra oportunidade).

A discussão de Loyola aborda que, no Brasil, o CUSTO DO CAPITAL ainda é bastante elevado, provocando um freio no crescimento econômico do país (“Como salientam Hausmann, Rodrik e Velasco, o limitador aos investimentos e ao crescimento no Brasil é a escassez de financiamento a custos e prazos razoáveis...”).

Explicando: como os empresários nem sempre dispõem de recursos financeiros próprios para investir no item CAPITAL, ou seja, adquirir máquinas, ou aumentar o tamanho de suas fábricas, etc etc, precisam recorrer ao sistema financeiro para levantar dinheiro emprestado, e como os juros cobrados ainda são bem altos (os motivos o autor discute no citado capítulo), isso acaba limitando, restringindo, o investimento no CAPITAL, pelo receio que o Empresário tem de recorrer a financiamento bancário, então o grande penalizado disso tudo é o próprio país pois tem um menor crescimento econômico (exemplo: se os juros fossem menor possibilitando que o empresário se endividasse no banco para aumentar o tamanho de sua fábrica, ele estaria gerando mais emprego, comprando mais matéria-prima, pagando mais impostos para o governo, etc etc).

(1) Doutor em economia pela Fundação Getúlio Vargas; ex-presidente do Banco Central do Brasil (BCB);
(2) Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); membro do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP); chefe do Departamento de Risco de Mercado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);Doutor em Economia pela Universidade de Paris X; membro do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP); diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Banco BRADESCO.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PLANO DE SAÚDE PRIVADO: mais procedimentos

A partir de 07 de junho todos os associados de planos de saúde privados passam a ter direitos a mais procedimentos médicos e odontológicos. A ANS-Agência Nacional de Saúde Suplementar*, periodicamente, estabelece o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, onde consta a COBERTURA MÍNIMA OBRIGATÓRIA que deve ser dada pelos Planos de Saúde Privados. O ROL 2010 (objeto da Resolução Normativa 211/2010) introduziu, entre os procedimentos já existentes, mais 70 novos procedimentos, a exemplo de:

- diversas cirurgias torácicas realizada por vídeo
- biópsia de tumor do mediastino por vídeo
- drenagem do pericárdio por vídeo
- teste do reflexo vermelho em recém nato (teste do olhinho)
- teste rápido para detecção de HIV em gestante

O novo ROL também aumenta as consultas com determinadas especialidades médicas, como:

- fonoaudiólogo:
QUANTIDADE ATUAL 6 consultas, A PARTIR DE 07.06.10, 24

- psicólogo:
QUANTIDADE ATUAL 12 consultas, A PARTIR DE 07.06.10, 40

O ROL atual é de 2008, e o que entrará em vigor no próximo mês de junho (dia 07) será revisto em 2012. Destaque: a presente alteração só é válida para os Planos de Saúde contratados a partir de 02 de janeiro de 1999, data em que entrou em vigor a Lei 9656/1998 (são os chamados “planos novos”). O ROL 2010 é resultado do trabalho de um Grupo Técnico criado especificamente para discutir os novos procedimentos e, também, de Consulta Pública efetuada no período de 08.09 e 30.10.09. Essa consulta recebeu um total de 8039 contribuições, sendo praticamente a metade oriunda dos consumidores.

NOSSO BOLSO: a ANS acompanhará o impacto financeiro que a inclusão desses 70 procedimentos provocará no caixa das Operadoras dos Planos de Saúde, e o reajuste desses Planos, no ano de 2011, levará em conta os custos provocados pelo novo ROL.


*A ANS, agência reguladora do setor de saúde complementar, é vinculada ao Ministério da Saúde e foi criada pela Lei 9.961, de 28.01.2000.


Mais informações: www.ans.gov.br

domingo, 3 de janeiro de 2010

ALÍQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO DO INSS

Tomei um susto quando vi, no jornal A Tarde do dia 1º, uma matéria da Agência Brasil intitulada NOVAS ALÍQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO AO INSS. Qual o motivo do susto? Mudar as alíquotas de contribuição é algo que afeta praticamente todos os brasileiros, causa impacto e, como sempre essa mudança é “para mais”, causa revolta e críticas na sociedade. Como nada li, ou ouvi, sobre o governo querer mudar as “alíquotas”, estranhei. O que houve, na realidade, em face do aumento do salário-mínimo, foi uma mudança na tabela de contribuição, as alíquotas de 8%, 9% e 11% permanecem:

1. na tabela que vigorou até 31.12.09 contribuía com 8% quem ganhava até R$965,67, com 9% quem ganhava entre R$965,68 e R$1.609,45, e com 11% quem ganhava entre R$1.09,46 e R$3.218,90;
2. na tabela que passou a vigorar a partir de 1º último contribui com 8% quem ganha até R$1.024,97, com 9% quem ganha entre R$1.024,98 e R$1.708,27, e com 11% quem ganha entre R$1.108,28 e R$3.416,54.
EM TEMPO: para sermos justos com Chistina Machado, a autora da matéria, o próprio site da Previdência registra “Portaria publicada...estabelece as alíquotas de contribuição do INSS...”, dando a entender que são novas alíquotas quando, na realidade, como vocês viram, mudam as faixas salariais, ou, melhor, as faixas do salário-de-contribuição, mas as alíquotas continuam as mesmas (8%, 9% e 11%).
DICA: no Direito Tributário alíquota é o percentual a ser aplicado sobre uma determinada base de cálculo.

RETORNO AO BLOG

Leitor(a), peço desculpas por ter interrompido a publicação das postagens, mas realmente estava sem conseguir um horário disponível, e como nossa idéia inicial era postar algo diariamente, ficou inviável. Diferentemente de alguns outros blogs, onde o responsável pode colocar, apenas, sua opinião (sem nenhum demérito), um blog de economia que, além de ser opinativo, pretende esclarecer notícias de economia, tirar dúvidas do “economês”, exige muitas vezes a realização de pesquisas para a informação não ficar truncada, exigindo mais tempo disponível. Além disso, leitor(a), e apesar do bom número de visitas ao blog (e registro aqui meus agradecimentos), esperava (aliás, espero), que você envie sugestões de pauta, ou, melhor dizendo, mande suas dúvidas para eu tentar esclarecer, espero que o blog tenha uma maior interação, para não ficar uma coisa muito unilateral, eu, sozinho, ter de escolher os temas a tratar. Espero que você mande suas dúvidas sobre economia, principalmente sobre o publicado na mídia, certo? De qualquer maneira, mesmo ainda com pouco tempo disponível, estamos voltando ao blog, especialmente em face de dois motivos: 1. respeito aos meus leitores que continuaram acessando mesmo eu tendo interrompido as postagens (quando interrompi as postagens tínhamos cerca de 3.800 visitas, atualmente temos mais de 5.000 visitas); 2. corrigir (ou tornar mais clara), uma série de informações publicadas no jornalismo econômico.
Então, vamos retomar mais essa jornada.