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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CUSTO DO CAPITAL

Ao ler o capítulo 12 ("A redução do custo do capital"), de autoria de Gustavo Loyola(1), que integra o livro “BRASIL PÓS-CRISE. Agenda para a próxima década”, organizado por Fábio Giambiagi(2) e Octávio de Barros(3) (leitura que considero imprescindível), achei por bem tecer alguns comentários sobre o conceito de CAPITAL.

No linguajar comum a palavra “capital” remete a dinheiro, quando falamos que “fulano está descapitalizado” queremos dizer que está sem dinheiro, ou, mais popularmente, “está duro”. Pois bem, no “economês” o conceito de CAPITAL engloba as máquinas, os equipamentos (ferramentas), os prédios industriais, etc etc. Considerando a classificação tradicional esse CAPITAL é um dos fatores de produção, ao lado da TERRA e do TRABALHO (voltaremos a esse assunto em outra oportunidade).

A discussão de Loyola aborda que, no Brasil, o CUSTO DO CAPITAL ainda é bastante elevado, provocando um freio no crescimento econômico do país (“Como salientam Hausmann, Rodrik e Velasco, o limitador aos investimentos e ao crescimento no Brasil é a escassez de financiamento a custos e prazos razoáveis...”).

Explicando: como os empresários nem sempre dispõem de recursos financeiros próprios para investir no item CAPITAL, ou seja, adquirir máquinas, ou aumentar o tamanho de suas fábricas, etc etc, precisam recorrer ao sistema financeiro para levantar dinheiro emprestado, e como os juros cobrados ainda são bem altos (os motivos o autor discute no citado capítulo), isso acaba limitando, restringindo, o investimento no CAPITAL, pelo receio que o Empresário tem de recorrer a financiamento bancário, então o grande penalizado disso tudo é o próprio país pois tem um menor crescimento econômico (exemplo: se os juros fossem menor possibilitando que o empresário se endividasse no banco para aumentar o tamanho de sua fábrica, ele estaria gerando mais emprego, comprando mais matéria-prima, pagando mais impostos para o governo, etc etc).

(1) Doutor em economia pela Fundação Getúlio Vargas; ex-presidente do Banco Central do Brasil (BCB);
(2) Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); membro do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP); chefe do Departamento de Risco de Mercado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);Doutor em Economia pela Universidade de Paris X; membro do Conselho Superior de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP); diretor de Pesquisas Macroeconômicas do Banco BRADESCO.