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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

OLHEM QUE NOME BONITO: formação bruta de capital fixo

SEÇÃO “DEU NA MÍDIA”: Coluna “Opinião Econômica” da última terça-feira, 23.12, autor: Benjamin Steinbruch (Diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional): A única certeza é que vivemos momentos de incerteza. Então, o melhor que temos a fazer às vésperas do Natal, é cuidar de dois aspectos que podem ser determinantes para os meses que vêm por aí.
O primeiro aspecto diz respeito ao nível de emprego, fator-chave para a definição da temperatura da economia nos próximos meses. O segundo aspecto é o investimento. Os números do terceiro trimestre também surpreenderam no item investimento, que cresceu 19,7% em um ano, recorde desde que o IBGE passou a divulgar esses dados, em 1.996. Com esse resultado, a taxa de investimento, que os economistas chamam de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), atingiu 20,4%. Quando a taxa de investimento chega a esse nível – razoável em termos internacionais, mas muito bom para o Brasil -, significa que o parque produtivo do País terá capacidade para aumentar sua produção nos próximos anos sem provocar inflação.

SEÇÃO “DESCOMPLICANDO A ECONOMIA”:
Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF): significa o aumento da capacidade produtiva de um país; é o investimento que os empresários fizeram, principalmente em máquinas, equipamentos e material de construção, ou seja, se está aumentando esse tipo de investimento significa que o empresariado está confiante quanto ao futuro da economia; se as empresas estão comprando mais máquinas, por exemplo, isso significa que elas estão se preparando para produzir mais bens de consumo (roupa, geladeira, fogão, etc). Agora vamos relacionar a FBCF com a INFLAÇÃO DE DEMANDA e com a TAXA SELIC
(v. http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/selic-e-taxa-selic.html).
Como vimos na postagem de 11.12 quando o Conselho de Política Monetária-COPOM (v. http://economistaivangargur.blogspot.com/2008/12/copom.html) diminui a TAXA SELIC a tendência é que diminua o custo do empréstimo (lembre que o “preço do dinheiro é a taxa de juros”), logo isso facilita que o empresário possa recorrer a empréstimos no sistema financeiro para adquirir as tais máquinas e equipamentos, logo: uma MENOR TAXA SELIC deve facilitar a COMPRA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS aumentando a capacidade de produção (OFERTA) das Empresas. E a FBCF com a INFLAÇÃO DE DEMANDA?

INFLAÇÃO DE DEMANDA: muita gente fala que é quando aumenta a demanda (procura) agregada por determinado produto, na realidade essa é uma definição incompleta pois se aumentar a demanda (procura) por um determinado produto e existir esse produto em quantidade suficiente, não tem como termos INFLAÇÃO DE DEMANDA; exemplo: se as pessoas querem comprar um determinado modelo de computador e existir, no mercado, esse computador em quantidade suficiente para atender a todo mundo então o preço do computador não sofrerá acréscimo, logo, não teremos INFLAÇÃO DE DEMANDA, agora, caso a quantidade de computador não atenda a todo mundo – ou seja, a produção, a oferta, for pequena -, então podemos ter aumento do preço do computador; EM RESUMO: INFLAÇÃO DE DEMANDA é quando aumenta a demanda agregada EM RELAÇÃO à oferta agregada. Tudo isso para relacionar, agora, INFLAÇÃO DE DEMANDA com TAXA SELIC. Vocês já viram como o Banco Central resiste a reduzir a TAXA SELIC, ao contrário, durante o primeiro semestre constantemente veio aumentando a taxa, motivo: o medo, justamente, da demanda aumentar muito e a oferta (produção), não conseguir atender a demanda, logo gerando inflação. Pois bem, na medida em que cresce a FORMAÇÃO BRUTA EM CAPITAL FIXO, ou seja, aumenta a taxa de investimento, ou seja (de novo), as empresas compram mais máquinas e equipamentos, elas estão se preparando para produzir mais justamente para atender uma maior demanda; é a capacidade de OFERTA (PRODUÇÃO) crescendo, isso vai facilitar (permitir) que o COPOM reduza a taxa SELIC, pois mesmo que a DEMANDA aumente as Empresas estarão prontas para atender esse aumento de demanda, logo a tendência é que não haja inflação (de demanda).

4 comentários:

  1. ótima explicação professor...
    estou conhecendo esse blog agora e já gostei muito, ficou bem claro pra mim o conceito FBkF.
    obrigado pela iniciativa.

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  2. Excelente artigo, parabéns!
    Ampliou o meu entendimento a respeito da FBCF e inflação de demanda.

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  3. Gostei do artigo, é interessante e esclarecedor!
    Porém tenho uma dúvida, qual seria a relação da FBCF com o PIB? Consumo, talvez?

    Abraço!

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  4. Olha, meu parabéns pela explicação.Muitos professores de economia não sabem o quanto facilitariam a vida de seus alunos e como os ajudariam muito mais a entender a matéria se simplesmente "perdessem" uns minutinhos para explicar as definições dos termos em Economia. O erro de muitos é achar que já entramos na faculdade sabendo tudo...Por isso, muito obrigada e meus parabéns mais um vez pela sua iniciativa.

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